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23 setembro, 2006

Desejo-vos muitos pores-do sol!


Já tiveram o previlégio de observar um pôr-do-sol?...Aquela sensaçao de nostalgia própria da luminosidade daquela hora, que nos remete para as lembraças mais agradáveis e propicía às declarações, confissões e conversas até altas horas.
Nunca se sentiram pequeninos enquanto os últimos raios de sol desaparecem no horizonte e nos banham com uma luz de tom alaranjado?Tal sensação de pequenez já me invadiu muitas vezes! E sabem que mais?...É tão bom!Ao ver a estrela grande desaparecer no horizonte apetece que ela fique ali, como metade de si própria entre o céu e a terra, o mar e as nuvens, o sim e o não...naquela quase indecisão entre ir ou ficar.Ah como é bom ver o sol a por-se! Com uma boa companhia, no silêncio ou na confusão, é bom ficar por momentos ali parado a contemplar o fim do dia...E porque para mim é um momento de felicidade,desejo-vos muitos pores-do-sol!

Viver sim faz sentido!




Há metafísica bastante em pensar em nada.
(...)Não acredito em Deus porque nunca o vi.
Se ele quisesse que eu acreditasse nele,
Sem dúvida que viria falar comigo
E entraria pela minha porta dentro
Dizendo-me, Aqui estou!
(Isto é talvez ridículo aos ouvidos
De quem, por não saber o que é olhar para as cousas,
Não compreende quem fala delas
Com o modo de falar que reparar para elas ensina.)
Mas se Deus é as flores e as árvores
E os montes e sol e o luar,
Então acredito nele,
Então acredito nele a toda a hora,
E a minha vida é toda uma oração e uma missa,
E uma comunhão com os olhos e pelos ouvidos.
Mas se Deus é as árvores e as flores
E os montes e o luar e o sol,
Para que lhe chamo eu Deus?
Chamo-lhe flores e árvores e montes e sol e luar;
Porque, se ele se fez, para eu o ver,
Sol e luar e flores e árvores e montes,
Se ele me aparece como sendo árvores e montes
E luar e sol e flores,
É que ele quer que eu o conheça
Como árvores e montes e flores e luar e sol.E por isso eu obedeço-lhe,
(Que mais sei eu de Deus que Deus de si próprio?).
Obedeço-lhe a viver, espontaneamente,
Como quem abre os olhos e vê,
E chamo-lhe luar e sol e flores e árvores e montes,
E amo-o sem pensar nele,
E penso-o vendo e ouvindo,
E ando com ele a toda a hora.
Alberto Caeiro

O meu Deus é a Natureza...e se lhe chamo Natureza é porque é isso que os meus olhos vêem.Não há muito para pensar acerca disso, pois como dizia Alberto Caeiro, "pensar é estar doente dos olhos".A vida não existe para pensarmos demasiadamente nela,mas sim para a vivermos espontaneamente! Olhar para as coisas e fazer parte delas...Para quê pensar?!Viver sim faz sentido!